Conto-Sonho:
Falta de Humanidade
Parecia um dia da terra de ninguém.
Caos.
Lá encontrei vários colegas da faculdade.
Minhas amigas, dois amigos que eram namorados e por estranha coincidência uma colega de trabalho que eu nem sabia que conhecia meus colegas.
Fiquei chocado com o que aconteceu a seguir: terminal lotado; empurra-empurra...
Um burburinho tomou conta da multidão após um ônibus chegar ao terminal depois de quase uma hora de espera.
Um grito de agonia e logo percebi que um jovem rapaz agonizava debaixo do ônibus, com um dos pés presos na roda dianteira do veículo.
O mais chocante e cruel de tudo daquele atropelamento ainda estava por vir.
O motorista abriu a porta e a multidão começou a entrar no ônibus.
O garoto chorava urrando de dor.
Algumas pessoas abaixadas em volta do ônibus observavam a cena.
Algumas imploravam para que o motorista fechasse as portas, para que as pessoas descessem do ônibus.
Não adiantou.
O jovem parou de gritar.
Eu, abaixado assistia aquela cena grotesca; aquela falta de humanidade sem medida.
Um aperto danado no coração diante da minha incapacidade de fazer alguma coisa por aquele pobre garoto.
Ônibus cheio.
O motorista deu partida e saiu.
A roda traseira passou mais uma vez passou por cima do pé totalmente esmagado do garoto.
Haviam se passado dez preciosos minutos.
A multidão restante desceu da plataforma e se colocou em volta do corpo do menino.
Eu, ali parado, abaixado, vi o cadáver do menino, uns treze ou quatorze anos, empapado com seu próprio sangue, pé direito esmagado, cabeça virada na minha direção, olhos vidrados e boca aberta.
Aquela cena aterradora me fez chorar compulsivamente, pensando mil coisas, com raiva e angústia, pesar e dor...
Perguntava a Deus:
“por que tanta falta de humanidade e crueldade com esse pequeno ser humano?”
POR
Não tem nem o que comentar. É simplesmente tão perverso...
ResponderExcluir