O Anjo Ceifador
Parte III
rês e meia da tarde. O garoto estava dormindo entre os livros e cadernos, num sono calmo e profundo. Acordou assustado olhando para o visor do celular olhando as horas. Seu corpo estava pesado e ele tinha sonhado algo que não conseguia recordar. Ignorou o corpo e o sonho não lembrado. Entrou no banheiro, tomou seu banho e se arrumou. Ele estava no horário, mas não queria se atrasar. Não podia se atrasar... Colocou as coisas na mochila e foi até o quarto dos seus pais. Somente a mãe estava em casa. Ela estava dormindo e o jovem não quis acordá-la. Antes de sair olhou as chaves do carro da sua mãe. Uma idéia absurda lhe passou pela cabeça. Saiu de casa a pé em direção ao ponto de ônibus. Era 16h15. Começou a ficar desesperado. O ônibus não tinha passado ainda e em quarenta e cinco minutos ele deveria estar dentro de uma sala na sua faculdade fazendo a prova. O coletivo chegou e logo ele já estava no outro ônibus indo para a sua universidade. Já eram 16h40. Sentia seu corpo estranho. O trânsito estava lento, tinha acontecido alguma coisa. Um acidente interditou metade da pista, causando a lentidão na avenida. As 16h55 ele desceu do ônibus. Daria tudo certo... Se corresse um pouco chegaria em cima do horário. Estava de ultimato. Se ele se atrasasse perderia a prova. E isto estava fora de cogitação. Faltava apenas atravessar as duas pistas, entrar no bloco e correr até a sala. Sinal amarelo para os carros. O garoto começou a correr. Pisou na faixa... Sentiu um frio tomar seu corpo, um vento forte passar velozmente pelos seus ombros. Viu de relance um vulto preto passando por cima dele e imediatamente se lembrou: O Ceifador... A estranha Criatura caiu abaixada do outro lado da rua. Tudo se passou em um único segundo. O garoto tinha acabado de parar de correr ao ver aquele Ser. Uma buzina forte. Uma freada brusca. Um carro que estava furando o sinal atingiu em cheio o corpo do garoto, que como um boneco de pano foi jogado a vários metros de distância do local onde foi atingido. Seu dorso ao atingir o capo do carro, quebrou-lhe as costelas de um dos lados; sua cabeça chocou-se contra o pára-brisa fazendo-lhe um profundo corte na testa; seu corpo foi projetado para frente, batendo violentamente no asfalto, rolando várias vezes, quebrando o fêmur, os braços e uma das pernas. O pescoço pendia molemente num ângulo engraçado. Os olhos fixos para cima. Havia uma luz... E contra ela um anjo... O Anjo da Morte, sem a capa negra, de asas bem abertas, chorando...
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Cristian Chocolath