Vinte e Cinco de Agosto
Estava inquieto naquela manhã do vigésimo quinto dia do mês de agosto. Não pensava outra coisa senão lembrar que estariam completando o sexto mês de namoro. Infelizmente (ou não) as coisas não saíram segundo os seus sonhos e expectativas...
Levantou da cama, tomou seu banho, arrumou-se e deixou a pousada rumo ao local onde o outro fazia cursinho. Seus pensamentos o guiaram a todos os momentos em que se via pensando e planejando aquele dia, tão aguardado. Sabia que nenhum deles seria o que realmente estava para acontecer. Chegou ao local e aguardou. De todas as maneiras possíveis – e terríveis – que imaginara de como ia terminar aquele tórrido e intenso romance. E agora a realidade se mostrava ser menos sublime e ironicamente insossa e irreal. O garoto chegou. Era a primeira vez que o via pessoalmente.
- Guilherme! – chamou, após travar para se apresentar ao garoto, que estava acompanhado. Sabia quem era o outro...
Não perdeu tempo, afinal, não voou 1.614 km para não falar com o agora seu ex-namorado. Educadamente solicitou a uma garota que estava entrando para avisar ao garoto que ele estava aguardando na porta. Cristian estava apreensivo e Guilherme pareceu estar num misto de surpresa e descrença. O outro ficou observando ao longe o ex-casal se aproximarem um do outro. Os dois garotos se cumprimentaram e começaram a conversar. Havia tanta coisa que Cristian gostaria de dizer para Guilherme e tão pouco tempo para que elas fossem ditas.
Conversaram amistosamente selando de uma vez o fim do relacionamento e confirmando o início de uma amizade. O outro, Cristian já sabia quem era, se interpôs aos dois e Guilherme apresentou seu ex ao seu atual namorado. A cena foi mais uma das ironias do destino que permearam a história daqueles dois. Cristian teve que segurar o riso e optar pela a descrição. O garoto não precisava utilizar seus conhecimentos em Psicologia para saber que o namorado do seu ex estava se sentindo claramente ameaçado com a sua presença, pois não tirava o olho dos dois enquanto Cristian conversava com Guilherme.
O tempo passou rápido e ambos sabiam que era o fim. Cristian gostaria de ter conhecido a melhor amiga de Guilherme, mas sabia que não seria possível. Após conversarem sobre os dois, sobre um e sobre o outro os dois garotos se abraçaram... Não foi o abraço tão sonhado e tão desejado por Cristian, mas ainda assim foi um abraço. Um bom abraço; que ficaria marcado para sempre na lembrança dos dois... Do que fez o possível e o impossível em nome de um grande amor e daquele que, embora tenha cometido alguns erros, conseguiu aprender algo com esta relação.
Não foi um final feliz... Mas quem disse que os finais que não são felizes são necessariamente ruins ou infelizes. Enfim, foi apenas um final... Um final para um novo começo!