segunda-feira, 7 de março de 2011

Conto-Sonho: Na Água Gelada

Na Água Gelada

Parei com minha bike na frente da sua casa. Um edifício largo de dois andares. O portão estava apenas encostado. Você disse que deixaria o portão e a porta abertos para que eu pudesse entrar. Estudaríamos juntos naquela tarde. Estava muito quente e na varanda abaixo da longa sacada do segundo andar ainda batia sol. Estacionei a bike perto da janela da cozinha, onde fazia sombra. Recuei e andei até o portal de entrada da sala de estar. Seu material estava displicentemente jogado no sofá. Seu moletom preto jogado no chão, sua mochila estirada e seus livros esparramados sobre o acento do sofá. Sentei no sofá livre. Larguei a minha mochila do lado. Esperei. Não muito. Subi as escadas no corredor sorrateiramente, com medo, não sei de quê, pois sabia que estávamos a sós na casa.

Cheguei ao andar superior e com passos lentos fui percorrendo o corredor do segundo piso da casa. Cheguei à sala de visitas. O portal de acesso à sacada estava aberto. Cruzei o aposento e fui olhar a paisagem da sacada. Caminhei rumo ao outro extremo. Parei de chofre na janela escancarada de um quarto todo bagunçado. Era o seu! Reconheci o jeans surrado e a camiseta cinza que você usava naquela manhã e que agora estavam jogados e amassados na sua cama. Tive uma vontade enorme de entrar e averiguar seu quarto. Mas algo me chamava para o final da sacada a minha frente. Andei, sorrateiro, o mais rápido que pude.  Cheguei ao final da sacada. Respirava profundamente agora. Podia ouvir o barulho de água caindo do chuveiro. Você estava tomando banho. Minha mente fervilhou em ideias e pensamentos obscenos. Desejei por um segundo não ter aquela parede nos separando. E poderia não ter. Só dependia de mim. Voltei pela sacada e cruzei novamente a sala de visitas, ganhei o corredor e entrei no seu quarto. Sentei na beirada da cama e tomei sua camisa suada nas mãos. Respirei fundo. Aquilo era a dose final de coragem que precisava para ir até o final do corredor, rumo ao banheiro onde você estava. Joguei a camisa de volta na cama e ganhei o corredor novamente. Como um gato selvagem, espreitei, pé ante pé, pela beirada do corredor, rente a parede. Cheguei ao lado da porta do banheiro. Colei meu corpo na parede quando vi a luz do banheiro projetada no corredor...

A porta estava totalmente aberta. Pareceu-me um tentador e delicioso convite. Ouvi o barulho da água caindo no chão, quando algo me fez gelar a alma: “Eu sei que você está ai! Pode aparecer...” você disse, entre risos. A minha respiração ofegante e meu coração acelerado delataram a minha presença. Apareci na porta do banheiro, mais constrangido do que nunca. Meus olhos miravam o chão, não se atrevendo a contemplá-lo nu. “Foi mal, Jay, não sabia que você estava no banho” menti, olhando pro lado, me encostando no beiral da porta, tentando disfarçar. Finalmente resolvi olhar. Você sorriu maliciosamente; estava de lado, tirando a espuma do cabelo, que escorria pela sua testa. Seu cabelo liso e molhado estava mais preto do que nunca. Fiquei fascinado em te ver nu, esguio e todo molhadinho na minha frente... Você tirou a espuma do cabelo e ficou de frente para mim, passando sensualmente o sabonete pelo seu corpo com uma mão e com a outra se masturbando sutilmente. “Vem!” você convidou e eu imediatamente arremessei meu tênis e minhas meias no corredor. Nos encontramos no meio do banheiro. Você, com um sorriso pecaminoso, mas gostoso, nos lábios. Tirou minha camisa e a jogou longe. Olhei em teus olhos não acreditando no que estava prestes a acontecer. Você abriu a braguilha do meu jeans e desceu minha cueca e calça até embaixo. Eu terminei de tirá-las com os pés, enquanto sua mão molhada percorria do meu ombro até minha mão.

Você me puxou para perto do seu corpo. Imediatamente não refreei minha vontade e te encostei na parede, a água gelada escorrendo sob minhas costas. Tomei seus lábios nos meus enquanto friccionava com vontade meu quadril no seu. Sentia sua excitação crescendo cada centímetro junto a minha. Você gemeu baixinho em meu ouvido enquanto eu mordia a sua orelha e brincava com minha língua em seu pescoço. Nossos lábios se encontraram novamente em um beijo intenso, dessa vez debaixo do chuveiro; um beijo gostoso e literalmente molhado. Minha mãos deslizaram sutilmente pelo seu corpo, até parar na cintura. Te agarrei forte enquanto ainda nos beijávamos e senti muito tesão quando você cravou suas unhas em minhas costas.Arrepie-me todinho e fiquei mais excitado ainda. Você me olhou com olhos de más intenções e com um sorriso maroto na face.  Agarrou-me pelos ombros e me encostou bruscamentente na outra parede. Temi pelo que aconteceria a seguir.

Outro beijo intenso; você mordeu meus lábios e puxou o meu cabelo, forçando-me a baixo. Quando notei, ainda embriagado pelo teu beijo, estava sentado no chão do banheiro contigo em meu colo. Senti sua pele quente junto ao meu peito, enquanto me abraçava, encaixando-se a mim. Seu rosto colado ao meu. Podia sentir sua respiração ofegante em meu ouvido esquerdo. Senti um calor delicioso e você gemeu de prazer e dor. Calei teu sofrimento com um delicioso beijo, enquanto sentia você cada vez mais. Num movimento suave, gemíamos de prazer. Quando estávamos chegando ao ápice... Acordei, como se ainda sentisse a água em meu corpo excitado...




PS: Esse conto é dedicado a você, J.R, 
por todas as madrugadas legais – e as não tão legais – 
que passamos juntos acordados... Vlw! 



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5 comentários:

  1. Esse conto ficou sensual e belo na medida certa. Palavras contidas, exatamente no momento de pedir mais.

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  2. o texto está muito bom...só tem um detalhe a fonte esta branca! muda a cor! bjos, tchau1...ah! cuidado com os seus sonhos..kkk

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  3. Obrigado pelo comentário. Acontece que este post foi formatado para o antigo layout do Blog que era totalmente preto. Mudei o formato e as cores do blog, mas as postagens antigas ficaram com fontes na cor do original. Vou editar isso daqui para frente... E pode deixar... Não vou mais publicar meus sonhos intensos aqui não... É que esse foi muito especial e eu tinha que compartilhar aqui no Blog...

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  4. E só para constar: EU NÃO SOU PASSIVO, RAWRR

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  5. No meu sonho (e nas minhas fantasias mais ocultas) é! =P

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Obrigado.

Cristian Chocolath